sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

A Caça ao Tesouro


(Jo Ra , A aldeia dos meus bisavós, óleo sobre tela,1981)

Aqui viveram os meus bisavós.

Segundo os mais antigos, esta pequena aldeia , hoje desabitada, fora umas das mais ricas da região.
Nela habitaram famílias abastadas de agricultores, que também se dedicavam ao fabrico e comercialização do carvão.
No tempo das invasões, foram enterradas nesta aldeia, algumas panelas de ferro cheias de libras em ouro e outros objectos preciosos, com receio que estas fossem parar às mãos do inimigo.
Findo esse tempo, os velhinhos iam morrendo sem haverem indicado aos seus sucessores, os locais onde foram escondidos os tesouros, havendo hoje ainda quem pense, como eu, nos tesouros que estarão algures por aqui escondidos.
Segundo as crenças , só se conseguirá reavê-los, se houver duas pessoas pelo menos, que tenham sonhado com o local exacto onde se encontram, e guardando segredo, só elas mesmo poderiam recuperá-lo. Uma delas que à chucha-calalada pensasse desenterrar a panela, quanto mais cavasse para a tirar, mais ela se enterrava.
Houve três pessoas que sonharam com o mesmo local, mas no dia que se puseram a caminho, foram impedidas de continuar, devido a uma forte trovoada, raios e coriscos, e pensando elas tratar-se de um aviso do céu, com medo, desistiram da ideia de se apoderarem do tesouro.
Desvendaram, o segredo aos mais novos, anos depois, dizendo que a panela estaria enterrada junto do troço de uma laranjeira.
Munidos de um detector de metais, eu com mais dois entusiastas fomos ao local, e palmilhando em redor de todas as laranjeiras, conseguíamos o sinal e a indicação da profundidade do objecto.
-Estamos ricos! Exclamávamos.
Fazíamos o buraco, na expectativa de desenterrar a panela, mas eis que só nos iam aparecendo; uma enxada velha, um dente de charrua gasto, um dente de grade de bicos, uma chave de fechadura, uma faca de grade de canto, uma bota de carda e outros objectos…
Panelas! … Libras!...NADA …

Passadas algumas horas e termos”suado a camisa “, desistimos, ficando por lá as panelas das libras que, nos poderiam fazer”tirar o pé da lama” caso as tivéssemos encontrado.


11 comentários:

Tiago R Cardoso disse...

Estou a adorar estas historias.

De facto muitas escavamos à procura de alguma coisa, lutamos apara a encontrar e só nos saem enxadas velhas...

Luna disse...

Conheço uma historia
Que os pais ao morrerem disseram aos filhos
Para procurarem o tesouro escondido
E eles cavaram a terra á procura, e no final
Havia um cofre com um papel que dizia, agora ponham as sementes
Esse é o tesouro que vos deixo,
O cultivo da terra
Beijinhos
luna

quintarantino disse...

Tenho a impressão que o tesouro que queriam deixar era a força e a persistência de vencer desafios...

Flor de Tília disse...

Continua a cavar a terra. Ela própria é um tesouro.

Abraço

luar perdido disse...

Cavar em busca de algo ( um sonho, um ideal, seja o que for) só prova que acreditamos na VIDA. Desenvolvemos a presistencia, a tenacidade, os valores, enraizamos-nos e damos mais fruto, moldamos o carácter, fazemo-nos "gente".
História das nossas histórias populares, tão ricas, tão belas e tão moralmente simples e cheias de significado!
Gostei MESMO!

Beijo doce pleno de raios de luar...perdido

LUA DE LOBOS disse...

eheheheh tb já embarquei nessa e acaba por ser giro porque ficamos com a história para ser contada... será essa a vantagem?
xi
maria

LuzdeLua disse...

Interessante isso. Fui longe, acho que a procura de tesouros também.
Deixo-te beijos com carinho.
Bjs

Isamar disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Isamar disse...

Continua a cavar a terra. Tenho a certeza que a panela está lá. E é para ti.

Beijinhosssss

PoesiaMGD disse...

Quem sabe está em outro lugar...
Um abraço

http://www.escritartes.com/forum/index.php?referredby=3

PoesiaMGD disse...

Quem sabe está em outro lugar...
Um abraço

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