terça-feira, 17 de junho de 2008

A Casa de Campo




Há muito que tinha pensado na casa de campo dos meus sonhos, e pouco a pouco, nas horas vagas fui construindo os painéis sob a alçada do velho mestre carpinteiro.
Deslocando-me aos fins-de-semana, e escolhido o sítio ideal, comecei a edificar os pré -fabricados sobre uma das pontes de madeira, que unem as duas quartelhas, pertencentes ao meu pai.

Chegado o tão desejado dia da inauguração, partimos logo de manhã para o local, para passarmos um dia diferente. No local, depois de alguns instantes, a pedido da mulher, tive que voltar a casa porque se tinha esquecido do ferro de engomar ligado. Passado meia hora estava de regresso à casa de campo, e deparei-me com algo insólito.
Não entendia tão grande algazarra.

O Paidá, a quem deixara a cana de pesca, na tentativa de apanhar uma carpa para o almoço, fazia um enorme esforço para içar o que quer que fosse que estava preso ao anzol. Alguns peixes, antes da chegada dos químicos aos arrozais, podiam chegar a pesar até três quilos, o que significa que bastava um desses para servir uma grande refeição para nós os cinco.

A mãe segurava-o pela camisa, não fosse ele tomar um banho àquelas horas, puxado por uma grande carpa.

O Pipia, no telhado estendia a sua roupa molhada, pois tinha caído numa vala enquanto tentava apanhar uma réla. A confusão era tanta que a sua irmã não ouvia os seus gritos, indicando que algo estava a queimar na pequena cozinha. A Papoila, distraída, acabava de deixar torrar os crepes que eram para a sobremesa.
O Paidá continuava a puxar a arqueada cana muito lentamente, e eis que para espanto de todos, aparece, preso ao anzol, uma grande bota velha.

Mas que grande decepção! Lá se fora o tão desejado almoço! Peixe fresco frito com arroz de tomate e uns crepes. Até o Joyce se encontrava nervoso porque estava na hora do almoço e não podia ver a sua amiga Cabriolait a devorar o seu pequeno fardo de palha que a Joana não esquecera de levar.
Desanimados, regressámos a casa após esta aventura inesquecível

14 comentários:

Isamar disse...

Jo Ra Tone:

E não é que acabo os teus posts sempre a rir? Sempre que te leio, lembro-me de um amigo da blogosfera que tinha uma imaginação invulgar para criar situações que nos provocavam o riso.
Fazes da blogosfera um lugar aprazível, divertes-me com a leitura das tuas " tragicomédias". O quer era mesmo o tio Joaquim a ti? Há aqui algumas semelhanças com tão bom homem.

Deixo-te bjinhos

Tiago R Cardoso disse...

Mas temos de concordar que durante todo aquele puxar da linha, se passou um bom bocado, não ?

Luna disse...

São esses os chamados momentos de felicidade, os inesqueciveis
beijo

Anónimo disse...

A vida por vezes passa por nós e alheios a ela mal a vivemos.. Cada dia deve ser vivido o melhor possivel, são essas recordações que construimos no presente, que vão dar cor ao nosso futuro.

Carla disse...

é sempre um prazer passar por aqui. escrevs bem, fazes-me divagar e ainda me deixas com um sorriso na face
bom fim de semana
beijos

Luna disse...

O jardim da Paz, fica perto do Bombarral, Na Quinta dos Loridos pertence a Joe Barardo.
Espera-se que fique pronto em Dezembro é um local de uma paz tremenda, por enquanto a entrada é livre
beijinhos

Um Certo Olhar disse...

A vida a jorrar alegria nas esquinas dos prazeres.

Beijo

Filoxera disse...

Ficaram com uma boa história para recordar.
Mais tarde, até se consegue rir.
Beijos.

tulipa disse...

Olá
Lamento ter perdido o dia mais longo do ano, aqui enfiada em casa, a trabalhar...
sem companhia, para onde eu iria?
É triste.

O que eu tenho para oferecer é uma visita virtual aos glaciares, se estiveres interessado, vem comigo.

Ou então, uma sugestão bem mais perto: que tal uma visita à Rota das Tabernas?
Huuummmmm, que cheirinho a jaquinzinhos fritos.

Bom domingo.

Abracinhos.

Evasões disse...

Desejo-te um bom domingo, sem percalços e com muito divertimento.

bjos

Mia

Um Certo Olhar disse...

e de prazer em prazer chegou um momento.
bjos

um certo olhar

Anónimo disse...

Imagino o que estaria a pesar na cana do Paidá, provavelmente tudo, menos carpa.

Auréola Branca disse...

Puxa. Esperava tmabém um belo peixe para completar a deliciosa viagem de vocês ao campo.
Eu nunca pesquei. Mas admiro quem possui essa arte de esperar horas a fio para saborear sua conquista.

Abraços.

Manuela Viola disse...

E a vida é feita também de momentos assim. Bjos