Para lá da costa, no meio do extenso oceano, felizes numa pequena piroga, rumámos numa aventura.
Uma repentina tempestade, igual a tantas outras, em qualquer idade, deitou por terra a nossa viagem.
Sem rumo e à deriva, íamos ficando sem pé, avistando apenas ao longe uma miragem.
O naufrágio estava presente e, abraçados aos destroços, remámos até à ilhota deserta.
Rotulei-a por “Osso da Baleia”, porque enterrada na fina areia, uma carcaça do grande mamífero que dantes cruzava os mares.
Arrastado pela corrente, vindo de um qualquer continente, uma bóia de cortiça, um emaranhado de fio de nylon, escondia dois anzóis.
Agora que fazer, onde apenas tenho sóis, que nos aquece de dia e à noite nem lençóis.
Desenrolo o fio entrelaçado mas em vão, porque é de vária dimensão, e o emaranhado é tal, que por este andar, nem pelo Natal.
Dia após dia alongo o fio para naquela água azul pescar e, do fio mais fino, com certa artimanha a ver se posso fazer uma rede para qualquer crustáceo malhar.
Ficámos até ao amanhecer, entretanto a mãe chamou. O pequeno-almoço estava pronto, era hora de levantar e ir preparar o presépio.
3 comentários:
Era apenas um sonho que acabou com um pequeno-almoço quentinho no aconchego do lar.
Quanto à escrita, poética,tornou o texto muito engraçado.
Bem-hajas!
Um Santo e feliz Natal onde a amizade e a solidariedade sejam os presentinhos mais trocados.
Beijinhos
Ainda bem que eram sonhos de menino, e que um pequeno almoço de vésperas de Natal o aguardava. Mas o balanço das ondas e o marulhar do mar podem embalar muitos mais sonhos de Natal, fizeste-me fechar os olhos e imaginar a ilha, o "osso de baleia" e deixar-me simplesmente vogar no embalar da maré. Belo, mesmo muito belo.
Ainda volto para vos desejar um Optimo e Santo Natal. até lá....Beijos de luar tecidos.
Para si, caro amigo, e para os seus um Natal com amor e muitas prendas e também um ano novo muito feliz e com saúde!
Um abraço grande.
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