Pudera eu ter remos e zarpar
Para bem longe deste pilar
Que amarra o meu olhar
Pudera eu fugir ao tempo
Alcançar outra banda sem demora
Tarda a magia de um alicate
Para cortar a suave corrente
Sem vento do lado poente
Que sopre neste vale de pranto
É o fim da tarde e eu aqui
Escuto apenas o selvagem pato
Que ao longe no caniçal
Procura sítio de pernoitar.
Esta barca negra de pinho e pez
Antiquado ainda quem na fez
Um motor já era altura
Transbordar com tal bravura
Porque não há tempo a perder.
Homem vai a casa buscar
Os remos do barco d’ar
Que o rato no inverno rompeu
Atravessemos este baixa-mar
Para o lado de lá alcançar
Para bem longe deste pilar
Que amarra o meu olhar
Pudera eu fugir ao tempo
Alcançar outra banda sem demora
Tarda a magia de um alicate
Para cortar a suave corrente
Sem vento do lado poente
Que sopre neste vale de pranto
É o fim da tarde e eu aqui
Escuto apenas o selvagem pato
Que ao longe no caniçal
Procura sítio de pernoitar.
Esta barca negra de pinho e pez
Antiquado ainda quem na fez
Um motor já era altura
Transbordar com tal bravura
Porque não há tempo a perder.
Homem vai a casa buscar
Os remos do barco d’ar
Que o rato no inverno rompeu
Atravessemos este baixa-mar
Para o lado de lá alcançar
Que o medo não é teu... é meu!
8 comentários:
Gostei da foto e, mais ainda, do poema.
Um abraço, caro João.
Como seria bom poder zarpar para um outro mundo mais justo, mais íntegro, mais solidário. Faltam-nos os remos mas também a vontade e a coragem.
Bem-hajas!
Beijinhos
Pegar nos remos e zarpar, para o outro lado passar...
Por vezes é só mesmo perder o medo de pegar neles e remar. Por vezes é só o medo de não se ser capaz, de se perderem as forças...É só o medo.
Deste lado da margem vê-se um barco que navega cortando suavemente as águas e vem dessa margem com a beleza e docura da amizade. Feliz por recebe-lo nesta margem.
Beijo grande em raios de luar
É sempre tempo de enfrentarmos os medos e passas para o lado de lá
beijos
Que belo poema amigo. Um retrato do que vai no peito da maioria de gente da minha geração.
Um abraço e um óptimo feriado
Não sei porquê, mas gosto muito desta foto ;)
Que bem que me entendes...
Bj****s
Jo Ra Tone
Gostando de poesia, gostei desta tua proposta, dá uma certa embalagem de leitura.
Vi que desde o feijão verde não te tinha visitado, do que me penitêncio.
E sobre feijão verde brincaste, só pode. Partir feijão aos pedaços para semear?
Como também posso brincar, consentes?
Então porque não semear o o feijão em grão?
Abraço
Daniel
Gostei deste poema.
:-)
Um beijo, Jo Ra.
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