quarta-feira, 30 de dezembro de 2009


Era um caminho estreito ,um poste pelo meio, e no cimo um rosto de mulher com vários olhos que se moviam em varias direcções. Por baixo um letreiro onde se podia ler:

“ O seu nome era Jesus Bem Pandira”

Ao lado, suspenso na cruz, clamavas:

“Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”.

Eu também lá estava!

Tão cobarde, nada fiz!

O poeta apontando para a lua comentava:

(Poeta é aquele que medita, transforma, movimenta e dá vida a cada palavra ).

Obrigado!

Se não tivesse esbarrado no poste, não teria meditado na Tua História da Salvação, nesta longa noite de sonho tão profundo onde o sono teimava em não chegar.

Que o mundo no próximo ano não nos crie mais confusões, e olhamos para Aquele que nasceu para nós e se revelou aos pequeninos, aos pastores, aos marginalizados.

Bom Ano

domingo, 20 de dezembro de 2009

Feliz Natal e Bom Ano



Para todos nós...
Façamos para que seja sempre
Natal

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Sonhos de mar[e]ar



Para lá da costa, no meio do extenso oceano, felizes numa pequena piroga, rumámos numa aventura.
Uma repentina tempestade, igual a tantas outras, em qualquer idade, deitou por terra a nossa viagem.
Sem rumo e à deriva, íamos ficando sem pé, avistando apenas ao longe uma miragem.
O naufrágio estava presente e, abraçados aos destroços, remámos até à ilhota deserta.
Rotulei-a por “Osso da Baleia”, porque enterrada na fina areia, uma carcaça do grande mamífero que dantes cruzava os mares.
Arrastado pela corrente, vindo de um qualquer continente, uma bóia de cortiça, um emaranhado de fio de nylon, escondia dois anzóis.
Agora que fazer, onde apenas tenho sóis, que nos aquece de dia e à noite nem lençóis.
Desenrolo o fio entrelaçado mas em vão, porque é de vária dimensão, e o emaranhado é tal, que por este andar, nem pelo Natal.
Dia após dia alongo o fio para naquela água azul pescar e, do fio mais fino, com certa artimanha a ver se posso fazer uma rede para qualquer crustáceo malhar.
Ficámos até ao amanhecer, entretanto a mãe chamou. O pequeno-almoço estava pronto, era hora de levantar e ir preparar o presépio.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A capa



No passado Domingo foi o dia de apresentação do meu livro “Meu Tom e a Voz d’ Outrora".
Aproveitando a visita dos filhotes ao continente, durante o lanche ajantarado, (dois leitões à Bairrada, assados pelo je no forno a lenha), ofereci um exemplar a cada familiar ou amigo.
Como dissera antes, (não sei quando), num comentário ao Tiago “No sentido ”, um dia faria um livro, mas com a prata da casa.
Os posts publicados e mais alguns textos, deram origem a um volume com 183 páginas.
Não foi um livro feito “à podoa”, mas sim com instrumentos que tive ao meu alcance:
O pc, e a impressora, a prensa do banco carpinteiro, a antiga cisalha e máquina de costura da avó, cola branca, plástico autocolante e alguns conhecimentos adquiridos no IPLeiria.
Agora peço imensa desculpa a todos com quem convivo neste espaço, por não poder pôr o livro à venda, por este ser muito familiar , com passagens reais e ou "pintadas", das gentes de Terras de Sicó,
A próxima?!
Penso fazer uma estatueta em calcário, de uma personagem conhecida, para ver até onde vai a veia artística da escultura.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Pudera eu ter remos e zarpar





Pudera eu ter remos e zarpar
Para bem longe deste pilar
Que amarra o meu olhar

Pudera eu fugir ao tempo
Alcançar outra banda sem demora
Tarda a magia de um alicate
Para cortar a suave corrente
Sem vento do lado poente
Que sopre neste vale de pranto

É o fim da tarde e eu aqui
Escuto apenas o selvagem pato
Que ao longe no caniçal
Procura sítio de pernoitar.

Esta barca negra de pinho e pez
Antiquado ainda quem na fez
Um motor já era altura
Transbordar com tal bravura
Porque não há tempo a perder.

Homem vai a casa buscar
Os remos do barco d’ar
Que o rato no inverno rompeu
Atravessemos este baixa-mar
Para o lado de lá alcançar

Que o medo não é teu... é meu!