quarta-feira, 30 de dezembro de 2009


Era um caminho estreito ,um poste pelo meio, e no cimo um rosto de mulher com vários olhos que se moviam em varias direcções. Por baixo um letreiro onde se podia ler:

“ O seu nome era Jesus Bem Pandira”

Ao lado, suspenso na cruz, clamavas:

“Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”.

Eu também lá estava!

Tão cobarde, nada fiz!

O poeta apontando para a lua comentava:

(Poeta é aquele que medita, transforma, movimenta e dá vida a cada palavra ).

Obrigado!

Se não tivesse esbarrado no poste, não teria meditado na Tua História da Salvação, nesta longa noite de sonho tão profundo onde o sono teimava em não chegar.

Que o mundo no próximo ano não nos crie mais confusões, e olhamos para Aquele que nasceu para nós e se revelou aos pequeninos, aos pastores, aos marginalizados.

Bom Ano

domingo, 20 de dezembro de 2009

Feliz Natal e Bom Ano



Para todos nós...
Façamos para que seja sempre
Natal

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Sonhos de mar[e]ar



Para lá da costa, no meio do extenso oceano, felizes numa pequena piroga, rumámos numa aventura.
Uma repentina tempestade, igual a tantas outras, em qualquer idade, deitou por terra a nossa viagem.
Sem rumo e à deriva, íamos ficando sem pé, avistando apenas ao longe uma miragem.
O naufrágio estava presente e, abraçados aos destroços, remámos até à ilhota deserta.
Rotulei-a por “Osso da Baleia”, porque enterrada na fina areia, uma carcaça do grande mamífero que dantes cruzava os mares.
Arrastado pela corrente, vindo de um qualquer continente, uma bóia de cortiça, um emaranhado de fio de nylon, escondia dois anzóis.
Agora que fazer, onde apenas tenho sóis, que nos aquece de dia e à noite nem lençóis.
Desenrolo o fio entrelaçado mas em vão, porque é de vária dimensão, e o emaranhado é tal, que por este andar, nem pelo Natal.
Dia após dia alongo o fio para naquela água azul pescar e, do fio mais fino, com certa artimanha a ver se posso fazer uma rede para qualquer crustáceo malhar.
Ficámos até ao amanhecer, entretanto a mãe chamou. O pequeno-almoço estava pronto, era hora de levantar e ir preparar o presépio.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A capa



No passado Domingo foi o dia de apresentação do meu livro “Meu Tom e a Voz d’ Outrora".
Aproveitando a visita dos filhotes ao continente, durante o lanche ajantarado, (dois leitões à Bairrada, assados pelo je no forno a lenha), ofereci um exemplar a cada familiar ou amigo.
Como dissera antes, (não sei quando), num comentário ao Tiago “No sentido ”, um dia faria um livro, mas com a prata da casa.
Os posts publicados e mais alguns textos, deram origem a um volume com 183 páginas.
Não foi um livro feito “à podoa”, mas sim com instrumentos que tive ao meu alcance:
O pc, e a impressora, a prensa do banco carpinteiro, a antiga cisalha e máquina de costura da avó, cola branca, plástico autocolante e alguns conhecimentos adquiridos no IPLeiria.
Agora peço imensa desculpa a todos com quem convivo neste espaço, por não poder pôr o livro à venda, por este ser muito familiar , com passagens reais e ou "pintadas", das gentes de Terras de Sicó,
A próxima?!
Penso fazer uma estatueta em calcário, de uma personagem conhecida, para ver até onde vai a veia artística da escultura.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Pudera eu ter remos e zarpar





Pudera eu ter remos e zarpar
Para bem longe deste pilar
Que amarra o meu olhar

Pudera eu fugir ao tempo
Alcançar outra banda sem demora
Tarda a magia de um alicate
Para cortar a suave corrente
Sem vento do lado poente
Que sopre neste vale de pranto

É o fim da tarde e eu aqui
Escuto apenas o selvagem pato
Que ao longe no caniçal
Procura sítio de pernoitar.

Esta barca negra de pinho e pez
Antiquado ainda quem na fez
Um motor já era altura
Transbordar com tal bravura
Porque não há tempo a perder.

Homem vai a casa buscar
Os remos do barco d’ar
Que o rato no inverno rompeu
Atravessemos este baixa-mar
Para o lado de lá alcançar

Que o medo não é teu... é meu!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O sapateiro pobre



Havia um sapateiro que trabalhava á porta de casa todo o santíssimo dia cantava tinha muitos filhos que andavam rotinhos pela rua pela muita pobreza e à noite enquanto a mulher fazia a ceia o homem puxava da viola e tocava os seu batuques muito contente ora defronte do sapateiro morava um ricaço que reparou naquele viver e teve pelo sapateiro tal compaixão que lhe mandou dar um saco de dinheiro porque o queria fazer feliz o sapateiro lá ficou admirado pegou no dinheiro e à noite fechou-se com a mulher para o contarem naquela noite o pobre já não tocou viola as crianças como andavam a brincar pela casa faziam barulho e levaram-no a errar na conta e ele teve de lhes bater ouviu-se uma choradeira como nunca tinham feito quando estavam com mais fome dizia a mulher e agora que havemos nós de fazer a tanto dinheiro enterrar-se perdemos-lhe o tino é melhor metê-lo na arca mas podem roubá-lo o melhor é pô-lo a render ora isso é ser onzeneiro então levantam-se as casas e fazem-se de sobrado e depois arranjo a oficina toda pintadinha isso não tem nada com a obra o melhor era comprarmos uns campinhos eu sou filha de lavrador e puxa-me o copo para o campo nessa não caio eu pois o que me faz conta é ter terra tudo o mais é vento as coisas foram-se azedando palavra puxa palavra o homem zanga-se atiça duas solhas na mulher berreiro de uma banda berreiro da outra naquela noite não pregaram olho o vizinho ricaço reparava em tudo não sabia explicar aquela mudança por fim o sapateiro disse à mulher sabes que mais o dinheiro tirou-nos a nossa antiga alegria o melhor era levá-lo outra vez ao vizinho dali defronte e que nos deixe cá com aquela pobreza que nos fazia amigos um do outro a mulher abraçou aquilo com ambas as mãos e o sapateiro com vontade de recobrar a sua alegria e a da mulher e dos filhos foi entregar o dinheiro e voltou a sua tripeça a cantar e trabalhar como de costume

VIALE MOUTINHO

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Ajudem a identificar... Obrigado



O símbolo



Próximo da chaminé




Do Forno da Cal

domingo, 1 de novembro de 2009

Apanha da azeitona

Este é um ano farto em azeite.
Foi na terra desabitada onde viveram os meus bisavôs carvoeiros, que durante algumas horas por dia apanhei a azeitona. Ao som do cantar dos pássaros, que diziam para eu deixar alguma para eles comerem, fui apanhando-a à minha maneira.
Como não tenho jeito de trabalhar com a vara, porque danifico a oliveira, empoleiro-me nos ramos e vergo-os até ao chão, prendo-os com uma corda a uma estaca para que com os pés assentes no chão, poder ripar mais facilmente a azeitona para cima do panal estendido. É rápido, como se estivesse a tirar o leite às cabritas.
Bolas!
Verguei demasiado este ramo!
Rachou!
Para o ano já não vai dar azeitona.
Paciência!
Ali próximo, uma grande quantidade de capões, mas deixo-os ficar porque tenho receio de os comer e desconheço a sua espécie.
À noite, depois de limpa a azeitona e escolhida a melhor para a água, para ser comida daqui a uns meses, e outra para ser retalhada (britada) para ser consumida na hora, depois de escaldada por duas vezes, levo-a para o lagar, onde a troco por doze litros e meio de azeite. Significa assim que apanhei cento e vinte e cinco quilos de azeitona. Não foi muito, e vi que não compensa a sua apanha, porque tive que pagar oitenta e cinco cêntimos por litro.
Tenho mais azeitona para apanhar, mas porque se encontra ainda verde,talvez daqui a quinze dias já esteja madura, e entretanto indicaram-me um lagar onde não se paga a maquia.
-Se houver por aí disponibilidades para a apanha?
Serão sempre recompensados!
Mas mais uma vez, foi uma forma de estar com a natureza, fazer alguns arranhões, passar umas horas diferentes, porque quando se tira a “gravata”, arregaça-se as mangas e mãos à obra.
É um viver diferente.
(Faltam as fotos que ainda não tirei)

sábado, 24 de outubro de 2009

Lagostins!? Quem não gosta!



Com as primeiras chuvas do Outono poderemos encontrá-los nas estradas que atravessam os campos do arroz. São lagostins de água doce, vermelhos ou escuros, que saem das valas em busca de alimento ou zonas de desova. São vegetarianos e serve de alimento a outras espécies como, corvos, lontras ou cegonhas

sábado, 17 de outubro de 2009

Pó de Palha ou Cinzas e Co2

Bons tempos os de criança!
Acompanhávamos atentos todos os momentos que os adultos faziam ao trabalhar no arroz.
Desde o fazer as carradas nos carros de bois, o transporte e a descarga nas grandes eiras em dias de soalheiro.
O arroz era debulhado com os próprios animais, que andando em circulo horas a fio, pisavam até que o grão se desprendia totalmente da planta, descansando apenas na altura de virar o calcadoiro.
Faziam grandes médoas de palha, nas quais nos escondíamos quando brincávamos ao esconde-esconde. Os problemas surgiam passados alguns minutos: uma intensa comichão provocada pela palha, a que chamávamos (Pó d'Arroz). Muito nos ríamos quando as cachopas se coçavam……

Após a retirada do arroz do campo, já podíamos ir ao peixe nas valas, pois já não calcávamos o arroz, não fazíamos estragos. Utilizando poceiros ou crivos junto às marachas, conseguíamos apanhar uns robacos, ou até mesmo umas camaritas, com os quais, misturados com uns ovos que as nossa mães nos davam, fazíamos um excelente petisco para a merenda.
Foram tempos felizes.
Nos dias mais quentes de verão, as valas serviam de piscina para nos refrescarmos. Caminhando ao longo da vala com os pés no lodo, com um pouco de sorte podíamos encontrar um tipo de bivalve preto de tamanho grande, que nós oferecíamos aos adultos, porque só eles os sabiam cozinhar. Ficavam muito agradecidos. Pena é que essa espécie hoje não exista.
Fora da época do defeso poder-se-á ver nesses locais alguns pescadores à cana, que nas águas turvas, poluídas pela monda química, apanham algumas carpas e, na maioria, os indesejados lagostins, praga que invadiu nos últimos anos os arrozais. Penso que é apenas por desporto e que o pescado será para dar ao gato…




Por vezes os lavradores tinham que usar a zorra (na foto, o que está por baixo da junta de bois), para tirarem o arroz do campo, quando este já estava encharcado pelas chuvas de Setembro, ou se o terreno era mais olheiro.
Hoje, poucos aproveitam a palha, porque já não há gado por estas aldeias, a não ser que a utilizem, como eu,
para fazer a cama

das chocadeiras e poedeiras.

domingo, 11 de outubro de 2009

Quem me descalça esta bota



Neste Domingo de eleições, subi à serra
para ver se apanhava novos ares!
Mas...
O ambiente continua pesado e saturado.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O Casório

Para que tudo saísse bem no dia do casório, houve ensaios de cânticos na igreja paroquial, por ter uma excelente acústica.

Chegado o momento, uma grande chuvada acabava de se afastar, dando lugar a um sol que tornou a ilha ainda mais airosa e a bonita noiva ainda mais bela.

Na Igreja, algum nervosismo como é habitual, mas tudo decorreu com toda a normalidade. O órgão, as cordas, a flauta e as vozes estavam muito bem afinados e houve nos corações mais sensíveis uma comoção ao ouvir-se a Ave-Maria de Shcubert.

No fim, o arroz lançado aos noivos daria certamente para fazer um rico arroz doce ou à valenciana.

Uma manada teimava em não sair da estrada, atrasando o cortejo que se dirigia para o jardim para a sessão fotográfica.

No lindo jardim botânico depois de haver fotos para todos os gostos, a tarde começou a aquecer, bem assim como o ambiente já no restaurante à beira mar. A comida do Pico é uma maravilha! Espectaculâaaaar!!!

Todos gostaram, e para que a digestão se fizesse mais rapidamente, os artistas da noite anterior surpreenderam mais uma vez, mas desta com a ajuda da electrónica. E então não é que o noivo para além de Dj e de tocar que só visto, sabe cantar muito bem! (Já em criança era muito cantor... sai à mãe!!! lol)

Nos dias seguintes a festa continuou com todos reunidos à mesa no Cais Mourato, e as visitas à ilha foram uma constante para toda a gente até ao final das férias. Regressaram ao Contenente com a esperança firme de voltar ao Pico.


sábado, 19 de setembro de 2009

Despedida de solteiro


Na véspera, já noite, saímos do Cais Mourato em direcção ao Lajido.

Uma caravana de meia dúzia de automóveis percorria aquela estrada junto ao mar e terminado o asfalto continuámos a pé até encontrar o local escolhido pelos jovens para fazer a festa de despedida de solteiro.

Avistando luz em determinada direcção, chegámos a um local metido no denso arvoredo. Era uma adega, onde no seu exterior e pelo cheiro que pairava no ar, alguém fazia uns grelhados na brasa. Pedimos desculpa pela intromissão, porque afinal aquele local não era para nós. Alguém do grupo disse que seria por outro caminho mais acima, e lá fomos em fila indiana, seguindo o caminheiro, guiados pela luz do seu télélé até encontrar o esconderijo.

Fomos recebidos por uns jovens (um deles com um capacete ostentando um grande par de chifres na cabeça) que, na adega igual a muitas outras da ilha, tinham uma mesa posta, situada debaixo do telheiro, com umas travessas de saladas, churrasco (fêveras, chouriço, tiras, e salsichas) e outras prontas a sair, do grelhador a carvão.

Sentados, começámos com uma entrada de favas guisadas à moda do Pico, sangria caseira, cerveja e outras bebidas. Decorria toda aquela pândega quando aquele que cumprimenta os primos por: “ É primo dos porcos!”, puxou da viola, e outros com os diversos instrumentos de cordas, iniciaram uma sessão de música popular por todos conhecida (não esquecendo o fado), e onde todo o mundo cantava. Fomos surpreendidos pelos cagárros que ouvindo tamanha algazarra sobrevoavam este local rindo-se de nós com aquele riso característico que mais parece o das bruxas voando nas suas vassouras.

Um tempo depois ouve uma ordem:
- Paramos a música, toca a limpar, porque está na hora da sobre mesa!
Olhámos uns para os outros e eu pensei: Será que convidaram… Para a sobre a mesa… Humm... alguma exibição?!
O rapaz entra numa dispensa da adega, e minutos depois sai com uma bela fruta variada numa cesta, aguardentes e licores para animar ainda mais a noite.

Quanto àquele em que era depositada toda a atenção, ia cumprindo todas as praxes que lhe mandavam ( digo que não foram nada fáceis).

sábado, 5 de setembro de 2009

Açores... Férias e Lazer




Após uns dias de boda, (barriga cheia, praia, mergulhos, passeios, noite de Xutos e Pontapés), e porque não fazer nada também cansa, foi tempo de preparar o terreno para o relvado da nova casa, trabalhar a madeira e outras actvidades.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Até que enfim!

Até que enfim!
Já que não consegui desatar o nó que me sufocava, cortei a gravata.

Durante todos estes dias, experimentei uma nova forma de trabalho, tomei conhecimento prático, ficando assim a saber como se vive num local de atendimento púbico (secretaria).
Digo que não é tarefa fácil, pois houve momentos de grande afluência em que tivemos de acelerar o ritmo de trabalho, verificando-se um certo desgaste físico, que era minimizado com coisas doces... caseiras ou do supermercado que cada um levava e colocava na sacola para a “bucha” repartida.

Este curso não estava nos meus planos e, não tendo outra alternativa (visto que o desejado não funcionou), matriculei-me sem dar atenção que a disciplina predominante era a contabilidade. Foi uma aventura, uma corrida contra o tempo, ou mesmo um teste à minha capacidade física e mental ao inscrever-me num curso que não gostava, contrariando o que geralmente todos fazem, que é “escolher aquilo que mais gostam”.

O estágio foi numa IPSS. Comecei por trabalhos simples: Movimentação de contas de fornecedores e a distribuição pelas diversas valências; Separação do IVA; registo dos valores líquidos das facturas de diversos fornecedores; lançamentos no sistema operativo; criação e emissão de recibos; actualização e informatização de listagens em Excel, criação de tabelas; preenchimento de mapas; conferência dos dinheiros; ordenação de guias de entrega; organização de documentos recebidos, e outros.

Digo mais:
Qualquer funcionário, além do exercício das suas funções, pode e deve prestar serviços úteis à empresa ou instituição desde que tenha aptidões para o fazer. Foi o que me aconteceu. Passo a descrever uma ocorrência que colocaria em causa o normal funcionamento da construção do novo lar: Para que houvesse o mínimo tempo de paralisação nos trabalhos, tomei a liberdade de pedir uma máquina giratória e rebocar um veículo pesado que se encontrava atolado com materiais para a obra. Se assim não tivesse procedido, pois não vi outra alternativa, os trabalhos teriam paralisado por umas largas horas.

Afinal de contas valeu a pena este sacrifício. Sinto-me feliz por ter conseguido completar este curso, não obstante a vontade de desistir, porque se tal acontecesse juntar-me-ia às nove desistências que aconteceram, mas houve sempre algumas palavras de conforto da senhora directora de curso, dos professores e dos colegas em geral.
Fico feliz por ter tirado proveito do conhecimento teórico e prático, principalmente da disciplina de contabilidade que, de certa forma, é importante para a minha actividade profissional ou qualquer serviço voluntário que possa vir a realizar.
Aliás, é importantíssimo, porque ser pastor também requer fazer muitas contas com as cabritas, as ovelhas, os lacticínios e lanifícios, carcaças...
São Classes de Contas de Controlo Orçamental, Disponibilidades, Terceiros, Existências, Imobilizado, Fundo Patrimonial, Custos e Perdas por Natureza, Proveitos e Ganhos por Natureza, Resultados, Contas de Custos e Proveitos por Funções ou Actividades e Contas da Ordem.

Como se pode verificar, até para ser pastor é preciso ser doutor.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Mente Poderosa? Sim ou Não!


Findas as aulas...
...Mais quarenta dias e
a apresentação do relatório de estágio.
Exercício:
-Veja se consgue fazer cortar a gravata
com sua mente!
Saudações amigas
do João

sexta-feira, 3 de abril de 2009

A ver vamos!




E agora três meses de estábulo...
quero dizer... estágio.

Mas devo ter tempo para passar de vez em quando por aqui,
pelo meu observatório...

Até já!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Também quero ser Doutor


(Foto minha)

Muito cedo guardei vacas
Quero dizer,
Uma cabrita do curral!
Hoje já sou crescido
Também quero ser doutor
Mais saber de contas à vida
Dizer que nada sei
Intenção do homem entender
Devoradores de oratórias, palavras...
Os meninos de peito clamam
Desamparados perecem fustigados
Fantasmas do passado
Ofuscam acordados
Politico sorrateiro malvado,
Quero ser doutor!

domingo, 22 de março de 2009

Jo ra tone no ginásio




Sábado foi dia de ginásio intensivo.

Após o pequeno-almoço, a minha ginástica matinal.

Coloquei um altere de cinquenta quilos de “nitrolusal” no carro, dirigi-me ao ginásio ao ar livre que fica a curta distância, e pegando na máquina de combustão forçada, dei voltas e mais voltas até este ficar fresco e macio. As bagas caiam e enterravam-se separadamente dez em dez centímetros, juntamente com o alimento. Arrumei a máquina, e continuei em passo de corrida:

Um, dois, três, quatro, deixar cair a pevide no rego, …

…cobrir com terra…

Um, dois, três, quatro, deixar cair a pevide no rego, …

… cobrir com terra…

Para terminar e para que o ginásio não fique infestado com qualquer praga de parasitas, peguei na mochila, e pulverizei-o com duzentos litros de desinfectante, que, caso não esteja adulterado ou falsificado, fará com que todo aquele espaço fique daqui a uns tempos com vinte e quatro pistas para se poder competir os cem metros [livres, passos, ou marcha atrás, (conforme imaginação)].

Regressei a casa, arrumei o fato de treino, tomei um duche, era já chegada a hora de almoço.

O resultado do meu esforço verificar-se-á quando for a altura da apanha das espigas e das abóboras, se o tempo for favorável.

quarta-feira, 18 de março de 2009

O Raio do Inverno

(Foto minha)


Dia de Inverno se transforma em luz
Com um raio no céu cinzento
Rios de lava profundo
Restam ocultos no firmamento

Raízes surgindo no escuro
Riscadas por mão poderosa
Quererão dizer

“não tenhais medo”
A vida é bela porém ruidosa

Bate a pedraceira na vidraça
Ou será antes saraiva
Após um fio de vento que passa!

Desenho então na mente
Uma aventura distante, de aquecer o coração
Absortem, vós os tristes
Vereis se tenho ou não razão


Ousar é, também pintá-lo
Com as cores do arco-íris
Porque assim que o vires
Se tens medo!

Isso… passa!

sábado, 14 de março de 2009

Aldeia da Ti Maria


(casa restaurada da aldeia)

Minha aldeia é um acalento

Que agrada muita gente

Em, nada que fazer

Crivo cinza

cavo terra

No quintal vou entreter

As batatas estão à espera

O grelo a rebitar

Vejo além uma aberta

Vou a correr

semear

Na aldeia a vida é assim

Serro o toro

racho lenha

Para os velhinhos aquecer

não terem que dizer,

Ver no genro certa manha

Para fazer frente à crise,

Semeio,

colho

o próprio pão

Pão que não vem do padeiro

Mas do suor que cai no chão

Tempo frio,

transpirar

um ardente calor

liberto do interior

A caneta me robustece agora

no ginásio

Espero um dia

poder manter

a forma

A vida é bela!

como tantos ousam dizer

Com o tempo na aldeia nasce

Séries de versos sem fim

A cada instante uma rima,

Lira à noite…

…Só para mim

domingo, 8 de março de 2009

Senhora da Estrêla (Sicó V)


(Foto minha)

Chegado o esperado dia, subindo o sol no horizonte

Para neste dia te ver no cimo daquele monte

Prensado por aquela gente, envolto em cânticos e preces

Degrau em degrau teimoso

Em alcançar o teu recôndito canto

Penso logo que te vi, em tão húmida e sombria gruta

Cavada na rocha da íngreme encosta

Como pudeste aparecer

Será que na vizinha aldeia

Não houve ninguém para te acolher?

Tu és a luz, Senhora, que lá do alto brilha

E o caminho iluminas

Ao teu filho Jesus

Já o meu avô dizia

Quando o “catrapázio” lia.

Grazinam os sábios a tão honrada gente

Que daquele local ermo

As três "irmãs" se avistavam, era inalterado o ambiente

Assim também acreditava ver

Buarcos, Nazaré a poente

Da visita à feira antiga sita no cume do monte

É hora de comer o galo ao som do harmónio e da flauta

E alguma palheta afinada

Pelo palheto garrafão

É bom vê-los envolto em harmoniosa pândega

Levo para casa ao fim do dia

A alcofa que transborda

Uma simples poesia

(Em jeito de homenagem à mulher,

no seu dia Internacional)

sexta-feira, 6 de março de 2009

História da Carochinha

Era uma vez uma Carochinha que andava a varrer a casa e ao encontrar uma moeda pôs-se toda impiriquitada, muito sorridente à janela, com um colar de belas pérolas, para arranjar um marido.
Apareceu um boi, um porco, um galo e um cão, mas, a Carochinha disse-lhes que esperava por melhor marido.
Apareceu o João Ratão todo bonito, mas muito lambareiro, porque gostava sempre de comer uns bons jantares.
-É contigo que eu quero casar - disse a Carochinha!..
Os dois foram à igreja e o pior veio depois.
No Domingo à tarde foram dar um passeio, mas a Carochinha esquecera-se do colar em casa e pediu ao seu noivo para o ir buscar. O João Ratão ao chegar a casa cheirou-lhe a chouriço cozido, e subindo para o caldeirão desequilibrou-se e caiu dentro dele.
A Carochinha, farta de esperar, foi a casa procurá-lo. Procurou toda a casa e foi encontrá-lo dentro do caldeirão.
A Carochinha, na rua pôs-se a chorar, e todos à sua volta lhe perguntavam o que tinha acontecido. Ela respondeu:
-Foi o meu João Ratão que morreu cozido e afogado no caldeirão.
O Rei que ia a passar disse:
- Que desgraça, mas que grande azar.
O rei meteu a espada no caldeirão e o João Ratão subiu por ela.
A sopa felizmente não estava quente, por isso o João Ratão não morreu.
Disse que estava boa a sopa, abraçou-se à noiva, houve baile na cozinha e a festa durou até às tantas.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Branco como cal

Em toda a tua vida, não havia
O inferno pior que o ladrão
Aliado ao teu amigo ambiental
Ordenavas a limpeza do galho e do chão

Do teu interior o calcário empinado
Perecido pelo fogo ardente
Surges virgem de uma brancura sem igual
Sustentas famintas bocas de qualquer idade
A tua anti-séptica fórmula revestiu todo o lar

Hoje porém de silvados e espinheiros sufocado
A tua enorme boca - aberta até parece clamar:
- Oh veloz tempo que passa! Pára!
Estou velho mas quero ainda trabalhar!

Como cal assim eu fico
Quando te vejo abandonado neste momento
Branqueado como marfim
Fariam de ti um belo monumento



O forno da cal
Publicado por jo ra tone

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Sicó IV




- "Vão para a cama porque amanha é para levantar muito cedo"!
Ordenou a minha mãe, porque no dia seguinte íamos pela primeira vez à cidade.
Eu e a mana fomos logo deitar, mas o sono teimava em não chegar. A minha cabeça deu mais voltas que um burro a tirar água à nora. Durante aquela noite, imaginei-a de várias formas, contudo a minha mãe já nos tinha falado dela, do tempo em que o meu avô vendia sardinha, dizia que, quando os pescadores não iam ao mar por este se encontrar revolto, ou quando a rede não trazia peixe, tinha que ir buscá-lo às traineiras.
Ansioso por saber o que era uma cidade, saímos bem cedo na carroça do meu tio até à estação, que era apenas um pequeno edifício no meio dos arrozais. Entrámos na automotora e ainda sonolento, sentei-me muito acomodado.
Mas… a automotora não arranca? Não arranca porquê? Porquê tanto tempo à espera?
Subitamente avisto um comboio que vinha de frente. Mas só há uma linha! Como vai passar? Vai chocar?
Mãe olhe!
- Que foi Joãozito?
Fiquei sem palavras e aterrorizado.
A automotora entretanto desviou noutra direcção. Não tinha visto que havia ali uma bifurcação de linhas.
Partimos de viagem e a automotora parecia mais uma carroça a circular sobre as linhas com o seu ronca tranca, tal qual o ruído das patas das cavalgaduras, mas, mesmo assim, a minha atenção era desviada para aquelas lindas paisagens nunca vistas.
Chegámos à cidade e caminhando, eu ia vendo coisas muito bonitas: Em primeiro lugar as traineiras que estavam ali muito perto; Os meninos da minha idade mais bem vestidos e acompanhados pelos pais, notei o cheiro dos perfumes e a beleza das senhoras muito pintadas. Logo fiz a comparação com a vida na minha aldeia onde o cheiro era diferente: a bosta, os estrumes dos currais das ovelhas e muito mais.
Os bonecos de vários tamanhos dentro das casas, que se podiam ver pelas grandes vidraças assustavam-me. Perguntei à mãe o que era e o que estavam ali a fazer.
-São manequins! As casas vendem roupas novas para toda a gente!
Mirei-me de alto a baixo e pensei: Estou bem vestido com a roupa nova que a mãe me fez, não preciso. "Apenas não gostava muito das calças porque faziam um refego na zona da pilinha".
Olhava tudo em redor, e caminhando mais um pouco, fiquei boquiaberto quando vi numa pequena casota onde não deviam caber mais que três crianças, uns bonecos com uma linguagem estranha, e que se mexiam muito irrequietos. Ri-me às gargalhadas quando eles começaram à bulha; Ai …Ui -Toma para aprenderes a não roubar os melões! Toma; toma. Traz …paz…
Perguntei mais uma vez à mãe: -São os robertos mas deixa isso porque temos que ir andando!
– Não! - Vá você com a mana que eu fico aqui!
Puxou-me pelo braço e logo me pus a choramingar.
- Cala-te, não tens vergonha! - Disse a mana.
- Querem tirar um retrato em cima do cavalo? Perguntou um homem.
Parei de chorar, e disse logo que sim.
O cavalo era velho, feito de papelão e muito mal estimado. Tirámos o retrato. O meu viria a ser riscado um dia com as unhas da mana, depois de um desentendimento qualquer.
Dentro da praça, a mãe comprou algumas coisas, entre elas uma boneca doce para cada um. Seguidamente fomos aos armazéns comprar os tecidos, retalhos, botões e linhas para a mãe fazer a roupa em casa, e depois para a estação para apanharmos o comboio de regresso a casa.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Gerador decorrente


É Domingo!

Está na hora
Do nosso encontro habitual
Para uma nova sessão
Na taberna do meu pai.
O gerador adaptado
Num motor de rega a petróleo
Dá luz a esta gente
Com sentido estereoscópico.
Cada qual vai contribuir
Com vinte e cinco tostões
Porque o dia será farto
De várias e novas sessões
De desenhos animados, cowboys
Bonança, Lucky Luke, Vingadores
Enquanto jogam os maiores
Os pequenos fazem-se actores.
Demasiado ruído fazia
Colocado no exterior
Com um silencioso
Afugentei o fumo e o odor.
E durante os intervalos
Uns amendoins ou tremoços
Laranjadas ou gasosas
Para fazer gasto à casa.
A nossa atenção era tal
A mirar aquele ecrã
Que se esquecia o petróleo
A baixar no seu bidão.
Que chatice! E logo agora!
- O motor foi-se a baixo
Fico sem ver quem apanhou
Se o cowboy ou o apache.
Corro para bem aproveitar
O aquecimento do motor
Porque se assim não for
Mais difícil é para mim
Voltar a pô-lo a trabalhar.
E mais!
Televisão? Sim!
Só em dias especiais!
Futebol, touradas, festivais.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Sicó III


No Verão a aldeia é muito visitada aos fins-de-semana por pessoas que vêm dos mais diversos lugares. Alguns chegam bem cedo para ocuparem os melhores lugares junto à água do ribeiro. Trazem os almoços em grande canastas, porque não é permitido fazer fogueira para os grelhados, e oxalá não venha a ser, porque a floresta não está preparada para esse fim.
Durante as férias alguns jovens visitam os seus colegas da aldeia, trazem alguns mantimentos, porque o vendedor ambulante vem apenas duas vezes por semana.
Arranjo alojamento para as raparigas, muito jeitosas, numa velha dependência, enquanto os rapazes montam as suas tendas no exterior debaixo de grandes carvalhos. De manhã acordam ao som da buzina do padeiro, compram o pão e preparam o pequeno-almoço para as colegas.
Depois, de mochila às costas e munidos de uma bússola, partem à aventura para descobrirem quão de bonito a serra lhes oferece.
Como estes jovens estudantes são colegas do meu filho Tiago, preparei-lhes uma surpresa para quando regressarem.
Uma mesa ao ar livre com um bom almoço composto por borrego no forno com batatas louras, salada de alface e tomate e broa quente.
O borrego havia sido encomendado no talho da vila, porque eu sou incapaz de matar, ou mandar matar, qualquer animal de quatro patas que tenha no curral.
Pelas duas da tarde chegam muito contentes com as descobertas que conseguiram e falam de um local de rara beleza, um local onde muito provavelmente há milhares de anos teria havido um glaciar. Também, de uma gruta cuja entrada se encontrava escondida pela vegetação e que com a ajuda de uma marreta conseguiram alargar a entrada, entrando no seu interior ficaram cheios de admiração com aquilo que viam. Colunas virgens de pedra, brilhantes e húmidas, estavam suspensas no tecto, outras partiam do chão naquela extensa galeria. Ao lado, um rio subterrâneo com água gélida que deve ser a continuação do mesmo que é visível no exterior, mas que num determinado local se some entre as rochas, voltando a brotar noutro local.
Muito bonito! - diziam eles.
Durante toda a tarde não comentavam outra coisa senão sobre a beleza da serra, que até se propuseram escolher nomes para dar àqueles locais. Pensam, assim, vir a fazer, um dia, uma exploraração mais pormenorizada.

Fico por aqui, continuarei em tempo oportuno.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Sicó II



(continuação)

A aldeia ainda não tem luz eléctrica.

Lembro-me que o nosso presidente da câmara chegou, pela altura das eleições, e disse-nos que um dia também nós poderíamos ver televisão quando a aldeia estivesse electrificada.
Os poucos residentes disseram logo que não era preciso gastar tanto dinheiro a puxar os fios de cascos de rolha, porque os novos não se querem fixar cá, e os mais velhos não duram toda a vida. Acrescentou alguém que sempre ouviu dizer: “o que mais mal faz às pessoas, e que traz mais doenças, são estas electricidades que andam pelos ares”.
Por isso, se nos governámos até aqui sem ela, também não a queremos agora.

Chegado o Domingo, dou uma ração de aveia e favas, e uns braçados de pasto aos animais, aparelho a égua para irmos à missa das dez, que fica a uma hora de caminho. As ovelhas ficam irrequietas e fazem um berreiro quando dão pela nossa presença e pelo relinchar da égua.

Fiquem sossegadinhas, que hoje não é dia de pastoreio!"
Encontramo-nos com alguns familiares que nos convidam para almoçar e, enquanto as mulheres preparam a refeição, vamos dar uma volta ao quintal para ver o trabalho agrícola da época. O olival e a vinha estão bonitos. À mesa fala-se um pouco de tudo: as notícias da semana, da família e da vida do mundo... vimos um pouco de televisão.
Como a vida do campo é diferente!
Há também tempo para uma partida de sueca com as mulheres e, a meio da tarde, depois de bebermos uma jeropiga para a sossega, regressamos a casa, até ao próximo domingo onde certamente seremos convidados por um qualquer outro familiar.

Continua…

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Sicó I

Desço a serra devagar para não cair em alguma ravina. Lá em baixo a bonita aldeia no seu fulgor, preparada para mais uma noite plena de sossego.
As chaminés dos poucos casaréus lançam fumo branco, como um lençol protector que cobre toda a parte ocidental da várzea.
Sigo à frente das oito ovelhas, que vão dando o sustento para a casa, o sol não tarda a esconder-se e faz frio. Como são poucas as cabeças, arranjei um nome para cada uma delas: A Manhosa, a Matreira a Graxa, a Fagundes, a Malhada, a Cota, a Améélia e o chefe Barbabéé.
A Améélia, a mais desdenhada teima em ficar para trás a comer mais umas pontas de urzes, ordeno ao Patego que a vá virar. Trepa num rápido aquele caminho de pedras gastas pelo tempo e segundos depois juntam-se ao pequeno rebanho.
Sinto à distância o cheiro da panela a ferver, que ao lume coze uma entremeada da salgadeira e uma chouriça das maiores, porque o rancho neste momento é maior.
Após ter encurralado o gado e dado o grão à criação, tomado um banho rápido de água morna e sentámo-nos à mesa, junto ao borralho, e à luz da candeiae do candeeiro a petróleo (porque Almártega não tem luz eléctrica), comemos a hortaliça, as batatas com o bom conduto.
Depois de mais um dia de trabalho, é hora de ir para a cama descansar no silêncio da noite, onde apenas à hora certa se ouve o assobio da coruja no velho moinho…

...Continua

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Poder da atracção



Que objecto é
este?!
Para que
serve?

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Um poema da ti Maria

Que fizeste tu, para o dia ganhar?
Enganei aquele cigano
Na venda do cavalar

Já eu não posso assim dizer
No negócio tenho azar
Um sábio me houvera dito
Não és gente de comprar e vender

Feijões e tomates reguei
Tirei estrume do curral
Com a vizinha do lado
Conversa, pude trocar

Descasquei favas, remendei meias
Preparei rápido o jantar
Tratei do porco e das galinhas
Boa sesta pude repousar

Deixem-me ser como sou
Não sou eu que vou mudar
Faça eu o meu melhor
Para não vir a arrepender

Tenho pena dos que trabalham
Sei que metade vão dar
Para mim e para alguns
Que não querem trabalhar.

É bom viver na aldeia
Não dá tempo para atrofiar
Não falte em cada mês a peia
Para eu me governar

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Passagem de Ano...Almártega



A Passagem de Ano decorreu numa antiga casa restaurada, situada numa quintarola.
A convite da jovem aniversariante, fui com a cara-metade e a mais nova, porque o do meio foi até à Nazaré com os seus amigos dar as boas vindas ao Ano Novo.
Todos os convidados, organizados, levaram um pouco de tudo: fêveras, costeletas, chouriços, salsichas frescas, alheiras, camarão, várias bebidas e doces à farta. O caldo verde foi feito na hora e todos participámos na confecção dos grelhados. Ficámos bronzeados a seco pelo calor do braseiro, com o aspecto daqueles que apresentam o curral de móimas.
Divertimo-nos, comemos, bebemos sem exageros, e às doze badaladas, estávamos preparados com as passas e os pedidos para 2009.
Atrás da casa, uma piscina natural onde todos estávamos dispostos a um mergulho mas, apesar da água não estar assim tão fria, apenas um teve a coragem de o fazer.

Passo a descrever a casa restaurada, porque vejo nela um estilo pouco vulgar: O exterior é original com telhado de duas águas; O seu interior é amplo; Um borralho ; A bancada de cozinha com a mesa, fogão e lava loiça, estão colocados ao centro, formando um único bloco; Ao fundo uma nova casa de banho; O quarto de dormir é aberto, ocupa todo o sótão, acessível através de uma bem estruturada escada de madeira; O tecto é rebocado e tem a forma do telhado .
Uma forma prática de restaurar o que é velho, tornando-o novo.