quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Ai se ele cai...também se ergue...









As brechas que o tempo não perdoa existem, o templo pode ruir a qualquer momento.
Morada de culpas lavadas na presença do Mestre, purificadas por améns e preces, e também o corpo pela medicinal água que corre a teus pés, sob ocultos caminhos que os crentes pisaram, hoje extenso silvado que arranha quem no tempo tropeçou e te esqueceu.
Desesperam: na torre, o sino há muito adormecido e, nas paredes, os vitrais sumidos ao passo das escamas paridas e decapitadas da palmeira, na ansia d'um restauro que alegre a esperança das gentes.
Emaranhados arbustos selvagens formam o amieiro, o teu ósculo envolto em tentáculos efusivos que te abraçam; e bombardeada és por soldados que, lutando hoje, mancham a tua fronte rugosa com balas pluricolor, matando a fome à vida selvagem que a tua mata abriga.