sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Gerador decorrente


É Domingo!

Está na hora
Do nosso encontro habitual
Para uma nova sessão
Na taberna do meu pai.
O gerador adaptado
Num motor de rega a petróleo
Dá luz a esta gente
Com sentido estereoscópico.
Cada qual vai contribuir
Com vinte e cinco tostões
Porque o dia será farto
De várias e novas sessões
De desenhos animados, cowboys
Bonança, Lucky Luke, Vingadores
Enquanto jogam os maiores
Os pequenos fazem-se actores.
Demasiado ruído fazia
Colocado no exterior
Com um silencioso
Afugentei o fumo e o odor.
E durante os intervalos
Uns amendoins ou tremoços
Laranjadas ou gasosas
Para fazer gasto à casa.
A nossa atenção era tal
A mirar aquele ecrã
Que se esquecia o petróleo
A baixar no seu bidão.
Que chatice! E logo agora!
- O motor foi-se a baixo
Fico sem ver quem apanhou
Se o cowboy ou o apache.
Corro para bem aproveitar
O aquecimento do motor
Porque se assim não for
Mais difícil é para mim
Voltar a pô-lo a trabalhar.
E mais!
Televisão? Sim!
Só em dias especiais!
Futebol, touradas, festivais.

1 comentário:

Mare Liberum disse...

Era assim no campo, onde não havia electricidade, que se podia ver televisão. Longe vão os tempos! E que irritação, amigo, quando eu estava a ver o "Dói-Dói" um dos primeiros bonecos que conheci na TV e o gerador falhava.
Bem-hajas por me fazeres regressar a tempos que não voltam mais.

Beijinhossss