domingo, 1 de novembro de 2009

Apanha da azeitona

Este é um ano farto em azeite.
Foi na terra desabitada onde viveram os meus bisavôs carvoeiros, que durante algumas horas por dia apanhei a azeitona. Ao som do cantar dos pássaros, que diziam para eu deixar alguma para eles comerem, fui apanhando-a à minha maneira.
Como não tenho jeito de trabalhar com a vara, porque danifico a oliveira, empoleiro-me nos ramos e vergo-os até ao chão, prendo-os com uma corda a uma estaca para que com os pés assentes no chão, poder ripar mais facilmente a azeitona para cima do panal estendido. É rápido, como se estivesse a tirar o leite às cabritas.
Bolas!
Verguei demasiado este ramo!
Rachou!
Para o ano já não vai dar azeitona.
Paciência!
Ali próximo, uma grande quantidade de capões, mas deixo-os ficar porque tenho receio de os comer e desconheço a sua espécie.
À noite, depois de limpa a azeitona e escolhida a melhor para a água, para ser comida daqui a uns meses, e outra para ser retalhada (britada) para ser consumida na hora, depois de escaldada por duas vezes, levo-a para o lagar, onde a troco por doze litros e meio de azeite. Significa assim que apanhei cento e vinte e cinco quilos de azeitona. Não foi muito, e vi que não compensa a sua apanha, porque tive que pagar oitenta e cinco cêntimos por litro.
Tenho mais azeitona para apanhar, mas porque se encontra ainda verde,talvez daqui a quinze dias já esteja madura, e entretanto indicaram-me um lagar onde não se paga a maquia.
-Se houver por aí disponibilidades para a apanha?
Serão sempre recompensados!
Mas mais uma vez, foi uma forma de estar com a natureza, fazer alguns arranhões, passar umas horas diferentes, porque quando se tira a “gravata”, arregaça-se as mangas e mãos à obra.
É um viver diferente.
(Faltam as fotos que ainda não tirei)

9 comentários:

Mare Liberum disse...

Também por aqui se tem andado na apanha da azeitona e alguns serões têm sido passados a limpá-la para a levar para o lagar. Entretanto britei um pote delas que ficaram a adoçar. Agora é mudar a água durante alguns dias.

Bem-hajas, amigo!

Beijinhos

Lady disse...

Olá!
Bem vou manter o blog na blogsfera...
O notificação foi eliminado e com ele o teu comentário... sorry!
Quanto à tua questão... Sim sou mesmo Lady, como na história "A Lady e o Vagabundo"... conheces? ;)

Jinhos

Filoxera disse...

Então aguardaremos pelas fotos, Jo Ra.
Um beijo.

Daniel Costa disse...

Jo Ra Tone

Eis dos poucos trabalhos do campo que nunca fiz. É que na zona do Oeste, as oliveiras criam-se bem, ficam muito verdes, porém há o senão de não produzirem azeitonas. De resto, mas tarde comigo já a coodenar o serviço de expedição de um escritório, aos fins-de- semana, ia trabalhar no campo, umas horas, não só com objectivo de ajudar o pai, mas mais como forma de fazer ginástica.
Abraço,
Daniel

xistosa, josé torres disse...

Coitados dos tordos que ficaram sem azeitonas.
Mas há sempre um Portugal desconhecido.
Eu ofereço-me para as azeitonas ... mas as britadas, daqui a uns 30 dias.
Levo o pão.

xistosa, josé torres disse...

As azeitonas britadas ("esmagadas" com uma pedra - brita -) colocavam-se em água e sal e com um ovo, para quando o mesmo vir à superfície, despejava-se a água e voltavam a colocar-se de "molho".
Azeitonas britadas

Isto na Beira Baixa ...
Talvez se dê outro nome noutras regiões do país, mas bom mesmo são as azeitonas, um pouco mal curtidas, ainda com algum amargor, mas temperadas com alhos oregãos e sal.
Se não houver pão alentejano, "morre" outro qualquer.

POR AMOR DE DEUS NÃO ME TRATE POR SENHOR.
Já despedi todos os "escravos" que possuía.
É tudo.
E boas azeitonas para acompanhamento de bom pão

Cris disse...

A partir de 22 de Novembro estou disponível para a apanha da azeitona :)))
Também quero lá ir ver como isso se faz, esta bem???

Beijinhos

Carla disse...

é um viver diferente este em contacto com a natureza...mas que nos deixa muito mais relaxados, valem bem os arranhões
beijos

xistosa, josé torres disse...

O link está mal.
As azeitonas da imagem, (em frasco), não são britadas, independentemente do nome que lhe chamem.
Mas perdi a ligação para as ditas azeitonas e não vou procurá-lo.
Aliás o pão já está duro ... (rsss, rsss, rsss).